COMO VOCÊ TORNOU-SE UM FUMANTE

A dependência química e a psicológica


Para parar de fumar é preciso combater as causas que levam o fumante ativo à prática desse mau hábito. Elas são identificadas e definidas como sendo:

- a dependência psicológica: O fumante ativo condiciona-se a responder aos estímulos externos, fumando sem perceber, impulsiva e irrefletidamente. Repare quantos cigarros são fumados por impulso, sem que se tenha vontade.

- a dependência química: Faz com que o fumante ativo fume para aliviar os efeitos dos sintomas da abstinência à nicotina. Para repô-la no sangue, ele fuma.

- a falta de vontade para enfrentar o vício: A vontade enfraquecida pelas frustrações faz o fumante ativo abandonar-se ao vício. Ele passa a fumar um, dois, três maços por dia. Ele acha impossível parar de fumar. Esta vontade deverá ser recuperada, promovendo a sua auto-estima e vislumbrando um futuro melhor construído por si mesmo, melhorando-se e à sua qualidade de vida, a cada momento.

Este MÉTODO PAULATINO ensina o fumante ativo a trabalhar estas causas, mental e psicologicamente, dando-lhe todas as condições para enfrentar o seu vício.

Elaborou-se, então, um plano de ação individual, com duração de doze meses, a fim de atender aos objetivos abaixo, implementando-se alterações decorrentes da nova postura mental diante do hábito de fumar, que o fumante ativo irá adquirir.

Objetivos:

1) Informação e estudo para a sua conscientização sobre o vício, a fim de saber porque deve parar de fumar, fortalecendo, assim, a sua vontade para deixar deste vício;

2) Pelo preparo psicológico e através do autocontrole, desfazer o hábito mental e psicológico, de fumar, construindo uma nova postura mental;

3) Pela aplicação do método reduzir, paulatina e gradualmente, os cigarros fumados;

4) Tomada da decisão definitiva: Parar de fumar.

A maleabilidade deste plano é decorrente da necessidade de adequá-lo aos conhecimentos que serão adquiridos, com a finalidade de aliviar a ansiedade, intensa e crescente, além dos outros sintomas que a crise de abstinência provoca, por causa da ausência da nicotina no organismo.

Esta situação será provocada pela nova postura mental e orgânica de se reduzir os cigarros fumados, até deixá-los, definitivamente.

A maior arma, para isso, será a sua força de vontade, o seu discernimento e o seu livre arbítrio, que deverão ser trabalhados, consciente e inconscientemente, a fim de condicioná-los a nova postura mental diante da sua dependência química e psicológica.

Esta nova postura lhe permitirá adquirir autocontrole e domínio sobre a vontade de fumar, cada cigarro, além de aliviá-lo do complexo de dependência que lhe faz fumar, compulsiva e mecanicamente, sem perceber. Este impulso irrefletido caracteriza a ausência de uma vontade firme, convicta, dirigida, lúcida e consciente no sentido de controlar o vício.

Assim, querendo parar de fumar e não conseguindo, você viverá como que numa guerra íntima, contra o cigarro que lhe domina, procurando uma forma de livrar-se dele, de deixar de fumar; e isto lhe atormenta. Não é assim como você vive, hoje?

Com a consciência adquirida, pela nova postura mental, o seu discernimento e o seu livre arbítrio, passarão a inibir este impulso, dirigindo a sua vontade para o controle sobre o vício até abandoná-lo, totalmente.

A nova postura mental será a de um armistício de paz com o cigarro, a fim de conhecê-lo, detalhadamente, e de torná-lo um produto agradável de ser consumido para, posteriormente, livrar-se dele, vencê-lo.

Faça com o cigarro, o mesmo que se faz com uma fruta deliciosa de ser saboreada: sente-se o seu perfume, repara-se na sua cor e beleza, para em seguida, dar-lhe uma mordida, deliciar-se, sentindo o seu sabor.

Quando lhe der vontade de fumar, evite o movimento mecânico e automático de levar as mãos ao maço para retirar o cigarro. Ao invés de levá-lo à boca, proceda como se fosse uma fruta: olhe para ele e sinta o seu "perfume", cheirando-o; procure senti-lo entre os dedos e perceba se é dominado ou se é você quem o domina.

Faça um teste: supondo-se que você o domina, não o fume. Ponha-o, novamente, no maço e aguarde. Na próxima vez que tiver vontade de fumar, repita este ato e, assim, sucessivamente, até não fumar mais, nunca mais.

No entanto, se descobrir que o cigarro é quem lhe domina, aceite a sua sujeição, perceba o grau de dependência e fume-o, procurando adquirir, neste momento, (a cada tragada saboreada) a consciência de que é dominado por um simples cigarro e decida-se sobre a importância de libertar-se do vício, de parar de fumar.

Esta forma de observar, irá exercitar a sua atenção a perceber o cigarro e a exercer, no futuro, um domínio sobre ele, através do qual, você fumará, somente quando, realmente, estiver com vontade de fazê-lo.

Esta pequena e importante postura mental será o início da conquista do seu autocontrole.

Com este proceder, o fardo psicológico, de ser um fumante ativo, será mais leve porque você terá fortalecida a convicção de que, após um tempo planejado, você se libertará do vício, que o subjuga.

É importante contar com a ajuda de outras pessoas, ligadas a você, para que o ajude a vigiar-se, o repreenda e oriente quando estiver vacilante nos seus objetivos.

COMO PARAR DE FUMAR ?

Resposta: CONSCIENTIZANDO-SE da necessidade em decidir-se a parar de fumar.

A maior preocupação do fumante, ao realizar este Método Paulatino, não deverá ser a de parar de fumar, porque esta decisão será o resultado de uma série de esforços, no sentido de atender aos objetivos maiores do seu plano de ação individual.

Assim, o fumante ativo para deixar de fumar deve:

1) Admitir-se fumante; dispor-se a parar de fumar e estabelecer prazo (capítulos III e VII);

2) Através de exercícios mentais, adquirir novos hábitos para substituir os antigos que respondiam aos estímulos fumando;

3) Estudar os sistemas e aparelhos orgânicos, assim como os fatores psicológicos da observação;

4) Estabelecer o armistício de paz condicional, cumprir com o plano de ação individual e aplicar o programa contido neste Método Paulatino. (capítulos III, IX e X);

5) Não dar tanta importância ao contexto social, no qual você está inserido, a tal ponto de ter comportamentos, somente, para agradá-los. Demonstre o seu valor, pelo conteúdo da sua moral e da sua dignidade, pois, assim, você será aceito com maior respeito;

6) Fortalecer a sua vontade de tomar a decisão final de parar de fumar, no momento apropriado.

Você deve considerar que sendo fumante ativo, foi tornando-se, cada vez mais, dependente da nicotina; o seu organismo a solicita e o cigarro lhe satisfaz.

Então, como livrar-se deste hábito, imediatamente, se ele é, também, uma questão de dependência química e psicológica ?

Querendo livrar-se imediatamente do cigarro, o organismo receberá um choque e irá 'reclamar' muito (ansiedade intensa) devido à crise de abstinência à nicotina e, também, devido ao hábito psicológico adquirido durante muito tempo na prática do vício.

Quase todos os que tentaram parar de fumar imediatamente, não conseguiram superar a síndrome de abstinência e voltaram a fumar, porque os sintomas, relativos a cada um, são muito desconfortáveis (enjôo, tonturas, nervosismo intenso, insônia, desespero...).

Existem relatos de muitos casos em que fumantes ativos largaram o vício de repente, sem sofrerem muito. Apesar da luta intensa, conseguiram. As estatísticas demonstram que 70% dos que pararam de fumar, o conseguiram após muitas tentativas.

Exceto para os casos de gravidade médica e para aqueles que conseguem a proeza de largar do cigarro imediatamente, não é necessária medida tão drástica e violenta contra o seu organismo.

A forma que propomos para aprender a parar de fumar é suave, programada e dirigida, em função da necessidade de reeducar-se, substituindo hábitos antigos por novos. É mais demorada por causa da redução gradual da nicotina, com a finalidade de aliviar os efeitos da síndrome de abstinência.

A esta forma gradual e paulatina de parar de fumar, denominamos

MÉTODO PAULATINO POR AUTOCONTROLE MENTAL - MEPAM

Veja, por exemplo, o novo comportamento do fumante, diante do vício, com a nova postura mental:

l) Diante de uma situação de estresse que o estimule a fumar: o hábito antigo o impelirá a fazê-lo; porém, você deverá substituí-lo por novo hábito: respire profundamente para oxigenar as células e procure inibir a ansiedade e o temor; fazendo uma oração, pensando no autocontrole...

2) Quando tiver vontade de fumar: ao invés de fazê-lo, substitua-o por outro hábito: o de beber água; o de respirar profundamente; o de não ceder; pense nos seus novos objetivos, domine a sua vontade, adie este cigarro para mais tarde...

Estes novos procedimentos, lhe facultarão responder ao estímulo externo, com outros hábitos que não o de fumar. Neste momento, a sua vontade estará controlada pelo seu consciente, pois, você estará atento a não ceder e a reagir diferentemente.

Para adquirir autocontrole sobre os hábitos, é preciso conhecer os fatores determinantes da ação comportamental, que são: a vontade, a atenção e o perceber.

O conhecimento de cada um destes determinantes será o inibidor do ato impulsivo da vontade de fumar e imprimirá à sua vontade, uma ação controlada e programada na resposta ao estímulo externo que o induz a fumar.

No decorrer do roteiro abaixo, você irá reeducar-se, exercitando-se conforme o programa deste trabalho (capítulo X):

a) Estabeleça um prazo de 12 meses para deixar de ser dependente do cigarro;

b) Estipule prazo de dez meses para reduzir a quantidade fumada por dia, para oito unidades;

c) Ficar, se necessário, um ou dois meses fumando esta quantidade; tendo uma dieta isenta de estimulantes ao vício e faça exercícios físicos e mentais;

d) Após este prazo, tome a decisão final de parar de fumar.

Durante este prazo, por causa da redução na quantidade diária de cigarros consumidos, o organismo irá desintoxicar-se gradualmente, pois as substâncias absorvidas, através da fumaça, serão cada vez menores.

Assim, habituando-se a estas quantidades reduzidas, a dependência diminuirá, promovendo uma crise de abstinência menos sofrida, em função das reposições graduais da nicotina, ao fumar menos.

Perceba a importância de estar preparado, mental e psicologicamente, sabendo como proceder na hora de decidir-se a deixar de fumar.

Não basta querer! É preciso aprender o que e como fazer para parar de fumar.

É imprescindível ter a consciência de que pode fazê-lo.